EntreLinhas – Que língua é a nossa?
O Colégio Nossa Senhora da Bonança abriu as portas à décima quarta edição do FantasLíngua, projeto dinamizado pelo Departamento de Língua Materna, com o objetivo primordial de promover o diálogo entre as várias áreas do saber e de contribuir para o alargamento e enriquecimento da tessitura do idioma lusitano. EntreLinhas foi o mote escolhido para este ano letivo.
Assim, num ambiente celebrativo, as nossas salas de aula e as nossas paredes transformaram-se em metáforas do conhecimento e de cor, permitindo a oportunidade de refletir sobre a arte de pensar, de escrever, de ler, de improvisar e de reconhecer o valor indiscutível do nosso património cultural e histórico. Afinal, temáticas transversais à Língua Portuguesa enquanto herança identitária de um povo e de uma cultura.
Ao longo destes dias de fevereiro, contamos com a participação de convidados das mais diversas áreas e de inegável qualidade demonstrada através das suas intervenções levadas a cabo com entusiasmo e determinação. Tivemos entre nós Carla Marques, Dina Sachse, Inês Vinagre, Francisca Fernandes, Frederico Oliveira, Inácia Cruz, João Pedro Mésseder, José Vaz e Sofia Rente, com quem partilhamos histórias, memórias, vidas em livro e livros com vida, na certeza que é sempre possível aliar a excelência à cultura, os resultados à humanidade e conscientes que uma sem a outra não existem.
Foi, pois, sem papas na língua, que ao longo de dois dias intensos, a comunidade educativa do CNSB foi convidada a redescobrir e a refletir sobre o poder das expressões idiomáticas. Aprendemos que elas são verdadeiras jóias linguísticas, carregadas de significado cultural e emocional. São pontes que nos permitem comunicar de forma mais rica e profunda, transmitindo nuances e sentimentos que, muitas vezes, escapam às palavras mais simples. São também testemunhos vivos da criatividade e da imaginação humana, que mostram a nossa capacidade de inventar e reinventar a linguagem para expressar o que vai além do óbvio. Na verdade, há sempre um sentido que escapa no discurso, um dizer que não diz tudo, uma palavra que não é bem a que se quer, e outra que, dita casualmente, vale por mil.
É através da Língua que partilhamos ideias, sonhos e experiências, que construímos pontes entre diferentes culturas e tradições, que expressamos quem somos, de onde viemos e para onde queremos ir e que criamos laços de amizade e solidariedade, encontrando conforto e apoio nos momentos difíceis, mas é também através dela que celebramos a alegria dos momentos felizes.
Afinal, só quisemos mostrar que através da nossa Língua, podemos abrir horizontes, porque ela também é essência …. É construção …. É conhecer outros mundos, outras culturas, outras vidas, outras ideias, outros conceitos…. É poder voar nas asas da imaginação…. É poder ser-se o que se quiser.
A todos os que se juntaram a nós, o nosso sincero agradecimento e que possamos continuar a honrar e a preservar esta língua tão especial, cultivando-a com carinho e respeito, e usando-a sempre com sabedoria e sem medo de interpretar cada texto como uma história de vida. Que possamos continuar a valorizar as nossas expressões idiomáticas, reconhecendo nelas não apenas a beleza da linguagem, mas também a riqueza da nossa história e da nossa cultura.
Tudo isto deve ser a Escola. Tudo isto é, hoje, o Colégio de Nossa Senhora da Bonança, resultado do encontro de uma história de várias gerações com sonhos do futuro, mas que continua a manter sempre presente a procura e a transmissão de conhecimento e de valores.
Prof. Maria Luísa Pinto
